quarta-feira, 9 de julho de 2008

Invertebrados.


Não serei tão sucinto nesta vez em que, pouco me tomam a mente.
Não serei um episódio neste momento em que se exige uma epístola
Destruir-me-ei, ao ver a máquina de captal embalar os giros do globo.
Não omitirei minha revolução diafragmática! Que cessem as reclamações. Pouco resolve, aquele que vai e vem, vai e vem, e nunca fora realmente. Pulgas!
Mas reclamam. E como! Porém, não passam de tosses incômodas criando estática em meus ouvidos. Ruídos tuberculosos para os quais não há ar puro que cure.


Dentes de aço, ejaculando sangue, extraídos de sua própria língua. Sujeito, de seus longos e vividos anos, trancafiado no porão, no calabouço.
Sugado pelas sombras e poeira, sem se dar conta de que, aos poucos, seu espírito se esvai um pouco em cada suspiro
Inválidos, seios de fraternais. Apontam o que nos alegram, utilizam dos seus recursos provenientes, marcam o dia de nosso funeral.


Para o primeiro da primavera, quando nossa neve pura sera sugada pelas entranhas da terra, onde irrigará as flores flácidas daqueles que desabrocharam
Flores, ó Flores! Desculpais nossa raça que suja e esmaga suas pétalas alegres e que entorpecem! Viemos com defeito! A nossa fábrica não passou no Inmetro ! Tomamos tudo! Nós tomamos tudo! Dizemos tudo que não sabemos! Há um fragmento de sorte que nos resta. A natureza sempre foi superior àquele que tentou influenciá-la.
Sempre perdemos e sempre perderemos a corrida contra as Leis Naturais. As únicas que não podem ser abolidas, pois, afinal, o poder da criação não deve superar o do criador. Eis outra lei.


Cultivemos alface nas margens do Nilo! Saudável? Esquecemos o que é ter uma vida saudável. A Sociedade pensa que evolui, defecamos por todo o planeta. Cada vez mais merda... Sempre fazemos merda. Exceto a Arte.
Arte é Beleza. Mas o que é Beleza num mundo de futilidades, senão a própria Futilidade? A Arte é um refúgio para os cegos num mundo onde só fechando os olhos para se enxergar o que é realmente belo. Arte é tesouro raro. Meio ao limbo, poucos ainda sabem discernir. Feche os olhos, insisto.


Se for possível, feche tudo. As portas, janelas, a caixa de Pandora. Não permita que impurezas externas penetrem na mente de quem se dispõe a procurar a arte.
E a arte, te suprime o coma insolúvel. Tu, envergonhado dizes: Quando compraremos tanto papel higiênico pra limpar o mar de fezes. Atenha-se, papel higiênico não se recicla, diz tua consciência. Pare de defecar e imploda.

Fique sabendo: a implosão levanta menos poeira que a explosão. Se imponha, se exponha, não se exclua. Se interrogue, se interesse. Se integre, se entregue.
Exploda tudo! Suba a poeira! Suba! A censura que se arrombe, a ditadura que seja penetrada. Trios elétricos que atropelem nossos palanques, frigoríficos sejam a cura de nossa emissão de gases. Que todos os átomos extraterrestres apoderem-se de nossos meios, nos matem pra comer, nos botem em jaulas, nos faça pastar.


Porque a humanidade é uma criança mimada que precisa ser posta de castigo. E se nada for capaz de fazê-lo, perderemos nossa liberdade para a nossa libertinagem. Um peixe-gato que, de tanta fome, come a si próprio.
Nem Heródoto, nem Zumbi, nem Cazuza, e nem o raio que o parta. Nós o peixe-gato, nos desculpamos, em meu nome, e em nome de quem quiser.


E viva a insanidade
E viva a deturpação.

"Água mole pedra dura, orelhas moucas. "

Por Anais da Loucura e Diana.

Nenhum comentário: