quinta-feira, 26 de junho de 2008

Sou eu, o Bobo da Corte.


Sou o bobo da corte, rasgado de dentro para fora, sem zíper.
Sou o bobo da corte de órgãos dissecados de tanto gargalhar das tartarugas terrestres.
Carrego uma farda misteriosa, degenero neurônios. Acendo a curiosidade.
Sou majestoso, augusto, embora não pareça ser ninguém humano, somente um bastardo.
Sou o bobo da corte, que rio por último, mas não rio melhor.

Vestimenta colorida representativa de alguém internamente, cinzento, sádico.
Alguém redigido em braile e assistido em preto e branco, alguém incolor, inodoro, e inamável.
Na ponta da bota, carrego guizos, que lhe ilude enquanto ataco sua mente, lhe hipnotizam.
Sou eu o grande. Invisível a olho nu primata, caminho sorrateiro, sou forasteiro.
De calças confortáveis e largas, xadrez, de hormônios contidos, de emoções beirando a espinha.
Carrego batom masoquista na cara, que transparece toda minha mágoa. Antes eu era um casulo, agora bomba atômica.

Sou viajante dos sete mares, dos sete planos, dos sete cômodos, dos sete degraus, dos sete passos e da cabeça minada.
Queimo pão e circo, abstenho revoltas hipócritas, destruo palanques, devoro desonestos, e vomito tudo na cara do rei. Sou eu o bobo da corte.
Sou o peão no xadrez. Mas sou um peão especial. Destruo todo exército, adversário com um movimento. O rei implora meu perdão.
Detenho tecnologia, absorvo poluição, tabaco, infecções, vírus, bactérias, saliva, sangue, fezes.
Invertebrado, irracional, pudim com queijo, glúten, Teresina, amor da minha vida.
Descarga rola, com o som de dragões me devorando.
Ó majestosa taça de batata... Salve meu amigo Amor.
Até que bato as botas, salto da torre, e cravo a cabeça no solo.
Recebo infinitos aplausos.

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