Nunca acreditei mesmo que eles fossem de carne e osso.
Eles parecem um conto de fadas, sei lá.
Me trazem uma alegria incomensurável, como sucos de laranja, ou até vozes do além.
Remo com o vosso ouvido, orelha, e dou mordidas em seus corações.
Entremeio à rios de madeira, sem a bússola de ouro, me guio pela tua voz.
Trazes-me a sabedoria de bandeja. Dialética, Abelardo.
Não me cobra nada por isso. Filosofia, Sócrates.
Dá-me a mão, amigo, sempre que esvaio-me em lágrimas, no ponto de inundar essa coisa que chamam de superfície.
Não permanecemos entre o sim e o não. Entre o certo e o errado. A resposta talvez seja outra pergunta. Por que?
Lembro-me da vez que escalamos o Everest para consumir de sua vasta neve caramelizada, com alto teor de antioxidantes, que quebram os radicais livres, que me traz a juventude Eterna!
Destruímos o império Romano e não nos arrependemos. Penduramos, chupa-cabras de ponta cabeça no salgueiro. Furtamos a Excallibur. E perguntávamo-nos... Por que?
A Taça do mundo é nossa! Ensinamos o Cazuza a beber, Einstein a pensar, Pelé a fazer filhos. Juntos, amigos.
Mostrei-lhes minha mais chaveada, canção. A considerava um tesouro. Os dedos rolavam as cordas, que magnetizavam nossos cantos. Os instrumentos conversavam. Não precisávamos mais do que olhares, agente sorria, cantarolava, desmanchava a canastra, fazia o gol. Soávamos o último acorde.
Nunca fui tão correspondido assim, minha inteligência e minha essência, necessitavam. Lia, ria.
Einstein roubou nossa fórmula secreta e fez sucesso. Emprestamos dedilhados à Bethoven. Hitler nos perguntou como ser rígido. Ajude o próximo, lembra Jesus? Acho que ele levou a sério de mais. Não importa. A displicência demos à Elvis, a sagacidade à Dumont. À Nietzsche não fornecemos nada. Entre o tudo e o nada, e ecoava o ”por que”...
Emprestaram-me seus braços para remar. Enfim, chegamos ao topo do arco íris. Nada surpreendente. Jogamos fora o pote de ouro. Devolvemos a espada a Arthur. Nossa brincadeira acabava. Pés esfolados de asfaltos.
Vocês são mesmo de carne e osso?
Subimos no pé do feijão, ensinamos o gigante á crescer, e João à subir. O Lobo à devorar, o caçador, à bajular a vovozinha.
O Que ganhamos em troca?
Não, não é essa a pergunta.
"Porque?"
Eu odeio isso aqui.
Há 14 anos
3 comentários:
Gostei muito!
Morgana aqui. Você cita, no texto, só os que tenho certo apego. Hahaha XD
Té mais =*
Amo você. E contigo, escalaria o Everest de novo, como fizemos naquela vez. Foi um perrengue!
Primeiramente, fico grato por lerem o meu texto.
Pois então Morgana, gênios são gênios ehiuheiuhe.
E Breno, amo você também brother. Da próxima vez agente pode pensar em algo mais complicado.
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